Palavras, palavras
palavras...
quando escrevo me desfaço,
me reinvento
As palavras diminuem
os abismos entre espaço
e tempo, dores,
amores e desalentos
Palavras, palavras
palavras...
quando escrevo me desfaço,
me reinvento
As palavras diminuem
os abismos entre espaço
e tempo, dores,
amores e desalentos
Quero você lendo
meu corpo com tuas mãos
E me ouvindo falar
o que eu escrevo
Quando meu coração
sente o teu batendo
No mesmo ritmo do meu
Embriago-me com minha
própia voz
Na tentativa de aplacar a
solidão
Um alento e um refúgio
Poder dizer pra mim
mesma
Você consegue
Só mais essa noite
Imaginar o que
poderíamos ser
em instantes de silêncio
Em que o olhar nos
transporta pro passado e
nos rouba do futuro
Sonhar em permanecer
em momentos que duram não
mais que um suspiro
Enquanto os lábios dançam
e se encontram
Desejando que os beijos
pudessem ter
a capacidade de
congelar o presente.
Quase como
um castigo
Acorda todas
as manhãs pensando
Em todas as manhãs
que ainda hão de vir
preenchidas de vazio.
Amor é um bem
que guardamos
sem data de validade
Numa caixa hermética
e segura
A qual chamamos
de memória.
De tudo o que já viu,
fez e viveu
Esse amor parece ser
Sem dúvida e sem receio
O bem mais precioso que
alguém já lhe deu.
E a graça de tudo que a
habita
Traduz-se em histórias
e rimas
Versos soltos e palavras
não ditas
Nas entrelinhas que o amor
recria e reedita
Perder-se por entre os
medos
Encontrar-se em meio às
dúvidas, incertezas e
cacofonias
Saber-se humana mesmo que
falha
E real em meio à toda a
monotonia
Delírio nasce do nada
Toma conta e você delira
Não tem escolher
Se não, não é delírio
O difícil não é se manter
distante
Isso o destino
já se encarregou
Difícil mesmo é
não sentir saudade
Quando não há barreira
possível pra impedir a
memória de materializar
a ausência.
Palavras, palavras palavras... quando escrevo me desfaço, me reinvento As palavras diminuem os abismos entre espaço e tempo, dores, amores ...